quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

[hoje] deixar

Deixei as janelas abertas com os furos das persianas a deixar entrar o ar. Deixei as camas por fazer, a louça por lavar, as roupas por guardar. 
Deixei a Bárbara [a chorar] no colégio, a Teresa [doente] com a avó. 
Deixei imensa papelada e a minha lista de tarefas em casa, trouxe comigo o computador, o telemóvel, um cachecol quente e um pacotinho de bolachas. Vim leve, mas com a cabeça cheia de preocupações. 

Espero que o dia se resolva por si. Começo a despachar trabalho, faço um telefonema para a minha mãe, que me acalma, a Teresinha está bem, dorme e não tem febre. Sem o apoio da lista a minha cabeça é obrigada a pensar no essencial, first things first. E tudo se vai fazendo. Vou pensando no jantar. Logo quando chegar penso nos brinquedos espalhados, na roupa para lavar. Levo pão fresco e o Daniel faz café para o dia seguinte, depois de deitar as miúdas sinto aquele cheiro bom e confortável que invade a casa.

Sim, o dia vai resolver-se. Tudo se resolve quando deixamos ir, quando simplesmente deixamos. 


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